terça-feira, 20 de novembro de 2007

INICIADOS PELO SEU TREINADOR

A pedido do treinador eu publico
A brincar a brincar…

Concordo com quase tudo sobre o seu comentário relativamente ao jogo com o CAC da Pontinha, com algumas ressalvas:

Quando diz que "depois do golo começou uma serie… de brincadeiras e numa dessas brincadeiras originou um livre … a equipa adversária fez o empate"; "…os meninos começaram a jogar para a brincadeira … era a defesa que brincava…", pessoalmente penso que essas "brincadeiras" podem ter alguma explicação.

Brincar é uma possibilidade inerente à essência do próprio Jogo, quando menciono Jogo, refiro-me a capacidade do ser humano jogar ou brincar, ou seja, os jogos estão presentes deste a antiguidade. Roger Callois (1913-1978) em "Os Jogos e os Homens" de 1966, define o Jogo como "resíduos da nossa cultura ancestral" que testemunham um passado lúdico-corporal da nossa espécie e que se expressam até aos dias de hoje (pelo menos para alguns, não para os cinzentões). Callois adianta que o jogo é consubstancial à cultura, ele fundamenta o seu modelo no cruzamento de duas dimensões, a saber: As características e o Grau de disciplina. Quanto às características dos diferentes jogos o pensador citado aponta: (1º) "Agon" (Competição); (2º) "Álea" (Sorte); (3º) "Mimicry" (Simulação); (4º) "Ilinx" (Vertigem). No que respeita ao grau de disciplina os jogos classificam-se: (1º) "Paidia" numa abordagem mais primitiva, desordenada ou espontânea, ou (2º) "Ludus" num âmbito mais regrado, estandardizado e burocrático.

Bem, voltando aos excessos lúdicos dos meus jovens jogadores, aos insolentes brincalhões. Quando se tenta ensinar aos atletas os princípios específicos do jogo de futebol, as fases de construção do processo ofensivo (abaixo o chutão para a frente!), zonas de segurança/risco do campo, etc., é natural que meninos de 13/14 não consigam ainda assimilar/aplicar estes conceitos e outros na sua totalidade em contexto de competição.

E mais, quando lhes tento transmitir a exacta razão entre a Responsabilidade (aqui leia-se: Não inventar perto da baliza para não sofrer golos) e a Liberdade (entenda-se: criatividade ao serviço do colectivo), não é expectável que o equilíbrio desta "equação" seja sempre respeitado pelos atletas, é absolutamente impossível… De todo o modo, estes aspectos menos conseguidos moldam-se em sede de microciclo de treino e paulatinamente as coisas vão-se ajustando (pelo menos tenho essa esperança).

Não obstante a importância da frase chavão do desporto juvenil: "os resultados desportivos não se devem sobrepor aos formativos", a vitória não é de facto o mais importante, mas, ganhar é sempre muito positivo, quer para a auto-estima dos jovens atletas, quer para a imagem do CRDA neste caso.

Particularmente, e sem falsas modéstias, os Iniciados têm conseguido algumas vitórias, apresentando de quando em vez um futebol organizado e agradável e a brincar a brincar… estamos num honroso 4ª lugar (ainda que provisório) com os mesmos pontos que o 3º classificado.

              Romão Ferreira 

MÁRIO ROQUE

1 comentário:

Anónimo disse...

APESAR DE JÁ NÃO TER FILHOS A JOGAR NO ARRUDENSE, JÁ JOGARAM E BATERAM-SE ARDUAMENTE POR ESTE CLUBE FAZ 8 OU 9 ANOS, NÃO DEIXEI DE VER O NOSSO ARRUDENSE EM TODOS OS ESCALÕES QUER DE FUTEBOL, QUER NOUTRAS MODALIDADES ONDE SOU POR DEFEITO PROFISSIONAL VICIADO. ESTE ANO TENHO VISTO VÁRIOS JOGOS E ESTOU DEVERAS CONTENTE COM O FUTEBOL QUE SE ESTÁ PRATICANDO EM TODOS OS ESCALÕES. NO DOMINGO VI O JOGO DOS INICIADOS E CONCORDO COM O TREINADOR. OS ATLETAS ESTÃO A APRENDER, ÁS VEZES COMETEM ERROS, MAS DE CERTEZA QUE TODOS ESTÃO EMPENHADOS NA VITÓRIA E NA APRENDIZAGEM. ALIÁS A APRENDIZAGEM É O PRINCIPAL E DEPOIS QUE VENHAM OS RESULTADOS, QUE PELO QUE ME APERCEBI , ESTES JOGADORES ESTÃO A FAZER UM EXCELENTE CAMPEONATO. UM QUARTO LUGAR.BEM HAJA A TODOS.E QUE VIVA O DESPORTO EM ARRUDA